SEGUNDA EDIÇÃO REVISADA EM 2019. Ao longo de seus três milênios de história contínua, o Egito faraônico foi comandado por um poder central dominado pela figura do rei. Para o egípcio daquele tempo, esse soberano era o próprio deus Hor (Hórus) encarnado filho de Usir (Osíris), sendo oficialmente reconhecido por seu título de Nisut Bity, termo que pode ser traduzido por Rei do Alto e Baixo Egito, ou Dual Rei. No Período Ptolomaico, época fora do escopo desta obra, o soberano já era mais conhecido como Per Aa (Casa Grande), nome este que derivou o termo Faraó.
Nos últimos dois séculos surgiram diversas obras dedicadas a história do Egito. A mais antiga, depois da tradução dos hieróglifos por Jean François Champollion, foi escrita pelo irmão senior deste, Champollion Figeac, já em 1839. Após esta obra inicial, dezenas de outras vieram a luz, dos mais renomados egiptólogos, tais como Petrie, Breasted, Mariette, Jéquier, Vandersleyen, Erman, só para citar uns poucos. Além de inúmeros outros especialistas que não só contribuiram para o conhecimento da evolução política do país, mas também para o conhecimento da sociedade, engenharia civil, pensamento religioso, etc e que em seu conjunto traduzem o que pode ser denominado, a grosso modo, uma civilização.
Por uma ausência quase absoluta de tradição, obras em lingua portuguesa são raras e em sua maior parte traduzidas do inglês, francês e alemão. O que difere esta obra, sem jamais ter a pretenção de substituir as que a prececederam, é o de dar ao leitor brasileiro uma grande compilação dos eventos históricos que conduziram a sociedade egípcia. A contribuição deste autor é no sentido de apresentar ao leitor de língua portuguesa uma descrição, reinado por reinado e no molde de Clayton (1994), não só dos eventos políticos, como também de fatos relativos às famílias reais e a alguns altos oficiais que atuaram próximo ao rei. Fez-se um amplo levantamento dos monumentos erguidos durante cada reinado, dando algum grau de detalhe na descrição da construção dos túmulos dos reis e de seus familiares, que na maior parte são obras de maestria arquitetônica e plástica, ou ainda de grandes templos, tais como os de Karnak (Ipet Isut) e Luxor (Ipet Resyt). Também foram disponibilizados diversos textos traduzidos, compreendendo atos administrativos, descrições militares legadas por alguns reis, entre outros.
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