Era o ano de 1938, na encantadora cidade de Santa Leopoldina. Em um dia comum, um respeitável senhor de idade avançada, oriundo da distante Alemanha, após um extenuante dia de árduo trabalho nas plantações de café, tomou assento à mesa. Sob a suave luminosidade de uma lamparina, ele convocou seus amados netos, que prontamente se reuniram ao seu redor, ávidos por escutar as narrativas que em breve ecoariam por aquele aconchegante lar, enquanto a nova matriarca da família se ocupava em preparar o jantar.
"Quando o vovô decidiu fixar residência no Brasil, muitos conterrâneos germânicos também ansiavam por partir. O temor de conflitos bélicos iminentes assombrava a todos nós. Ao chegar a Antuérpia, fui tomado por uma mistura de espanto e inquietação ao deparar-me com a imensidão de indivíduos reunidos em um só lugar. Cheguei a cogitar a possibilidade de que minha amada Alemanha se tornaria um território despovoado, pois todos pareciam direcionar-se rumo às Américas..."
E assim, ao clarão ameno emanado pela singela lamparina, todo o magnífico acervo histórico de uma notável linhagem familiar e, por conseguinte, de um povo, foi preservado ao longo das gerações. Transmitido de pais para filhos, de filhos para netos, e de um destes dedicados netos para um precioso simples pedaço de papel que imortalizou-se em uma narrativa inestimável.
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