Nesta sexta edição, RETEXTUALIZAÇÃO traz como subtítulo Educação, interseccionalidade e diversidade cultural, objetivando congregar textos de pesquisadores e pesquisadoras do Brasil que abordem tal temática numa perspectiva transversal, científica e humanitária.
Nesse sentido, o primeiro capítulo, intitulado CONTANDO E CANTANDO HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL, de autoria das pesquisadoras Lidiane Silva dos Santos e Lucimar Perondi versa acerca da importância da prática do tema lúdico e da musicalidade na educação infantil, além de abordar a relevância do mesmo para esse público e para o processo do ensino-aprendizagem, proporcionando o prazer de aprender e a superar dificuldades de aprendizagem, tendo como ferramenta a contação de histórias e a música.
As atividades constituídas por contação e musicalização são de suma importância para o desenvolvimento integral do educando, a música e a dança proporcionam movimentos corporais, que trazem satisfação, alegria e estimulam a plasticidade do cérebro, desenvolvimento cognitivo, motor, estimula lateralidade, distingue conceitos básicos e, quanto mais cedo essa prática seja inserida na rotina da criança, melhor será seu desenvolvimento estudantil com a leitura e a escrita.
Desse modo, coadunamos com as pesquisadoras que a contação de história deve ser exposta às crianças em uma linguagem que as mesmas entendam, que seja clara e de dinâmica para uma compreensão satisfatória.
Segundo as autoras, este aprendizado proporcionado pela música e a contação de história pode ser direcionado às práticas educativas que contribuirão no sentido de ajudar as crianças a se expressarem e a se socializar melhor.
O pesquisador José Flávio da Paz, um dos organizadores desta Obra contribui com o capítulo dois com a temática acerca do CURRÍCULO, FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR E INCLUSÃO DAS DIFERENÇAS NO ESPAÇO ESCOLAR. Nesse, segundo seu posicionamento, o currículo escolar deve exprimir o que de mais relevante há - cultural, histórico e social, entre seus agentes e, solidificar esses valores nas praticas pedagógicas significativas que corroborem também com o entorno, com a sociedade e com a inclusão das diferenças, de maneira que prepare os educandos para a cidadania, a convivência, o respeito e solidariedade.
Logo, este capítulo, objetiva refletir sobre a efetivação de um currículo que atenda as necessidades do cotidiano, do mercado e da sociedade, frente às exigências e às transformações do cenário atual, dos quais, a escola não se desassocia e, devendo agir e protagonizar seus agentes e suas diferenças, deficências e limitações, em especial o aluno. Para tanto, o autor recorreu as concepções de Moreira e Baumel (2001), Popkewitz in Silva (1994); Sacristán e Pérez Gómes (2000).
Desse modo, suas concepções colaboram com as ideias que contribuem rumo a uma escola mais inclusiva e uma educação de qualidade, mais justa e equitativa.
O terceiro capítulo, sob o título LOBIVAR MATOS: UM POETA ALÉM DE SEU TEMPO da pesquisadora Juliane Regina de Souza Pereira e do pesquisador Isaac Newton de Almeida Ramos, ambos da Universidade do Estado de Mato Grosso-Unemat, tem o intento de apresentar a produção lírica de Lobivar Matos, assim como, levantar apontamentos sobre os estudos da crítica lírica desenvolvidos e reflexões sobre esse poeta. Lobivar Matos foi além de poeta, escritor, jornalista e funcionário público; o mesmo teve apenas duas obras publicadas, Areôtorare: poemas boróros (1935) e Sarobá (1936). Suas obras apresentam uma lírica de estética modernista, um cunho arraigado de criticidade, acidez e sensibilidade no que concerne às discrepâncias sociais de sua época.
Além de se tratar de um dos nomes na escrita pioneira do Modernismo em territórios mato-grossenses, os autores apresentam certas reflexões sobre a importância do mantenimento das pesquisas acerca desse poeta, que faz parte de um grupo de muitos outros escritores, de uma certa forma, poucos estudados nas pesquisas e críticas da literatura brasileira.
Utilizaram como corpus de análise as obras produzidas e publicadas pelo escritor no início do século XX, têm-se como aporte os estudos dentro da linha de pesquisa Literatura e Vida Social nos países de Língua Portuguesa.
O capítulo, também, é desenvolvido a partir de análises biobibliográfica e analítica; tendo como pilares as teorias e críticas fomentadas pelos estudos literários e da lírica. Antonio Candido (1996) e Alfredo Bosi (1977), ambos utilizados como referencial teórico da pesquisa, além de historiadores da literatura mato-grossense como Rubens de Mendonça (2015), Hilda Magalhães (2001) e Carlos Gomes de Carvalho (2008).
A pesquisadora Simoni Rodrigues dos Santos e, conjuntamente, com o pesquisador Isaac Newton Almeida Ramos, igualmente da Unemat apresentam no capítulo VOZES INSUBMISSAS: O CONCLAMAR DO SERTÃO EM AS JAGUNÇAS, DE ROMULO NÉTTO, um estudo sobre o conto “As Jagunças”, de Romulo Carvalho Nétto.
Tem-se como objetivo reconhecer a presença do feminino em narrativas que enredam o sertão-cerrado, bem como desmistificar a ideia de que o homem seja a figura fundante dessas narrativas.
Nessa perspectiva, por meio de uma revisão sistemática das obras literárias, dos obras: O Cabeleira (1876), Luzia-homem (1983), Os sertões (2003), Vidas Secas ( 2007), Memorial de Maria Moura (2009) e Sertões de Sangue (2013) e dos estudos críticos, de Galvão (1972), Candido (2006), Jauss (1994) e Bourdieu (2012) e Vilalva (2021), foi possível comparar e estabelecer relações entre a mulher e o “mundo jagunço”, contrapondo, com isso, o estereótipo baseado na chamada domesticidade burguesa, pautada no mito da passividade feminina no “mundo do sertão”.
No capítulo MAPAS MENTAIS ALFABETIZAR INCLUINDO: PERSPECTIVAS E APRENDENDO EM SALA DO 1º ANO, ALUNOS COM/SEM DEFICIÊNCIA, as pesquisadoras Rute Barboza da Silva e Lucimar Perondi dão a devida importância as práticas docentes na sala de aula de primeiro ano “alfabetização”, na vida escolar de uma criança.
Nesse sentidos, compactuam com a ideia de que os mapas mentais constituirão as atividades onde alunos deficientes e não-deficientes se relacionaram, com mesma desenvoltura e oportunidade, trazendo o espírito da competitividade, mas também satisfação, alegria, concentração o que instiga e estimulam a plasticidade do cérebro.
Objetivando o protagonismo do aluno no momento da pesquisa, montagem e organização do esquema mental levando a criança experimentar sentimentos, emoções e esforços de naturezas diferentes. Sob uma abordagem humanista a qual foca na autonomia do aluno estimulando a autonomia, a criatividade e subjetividade são muito valorizadas.
Para tanto, as autoras fizeram uma pesquisa bibliográfica que evidencia a abordagem teoria em: (Castro, 2015), (Buzan, 2009), (Freire, 1996 e 2005), (Corrêa & Aparecida, 2011), (Silva & Paz, 2019), (Moreira, (2006), (Zabala, 2008), que são exímios em afirmar que os mapas mentais são atividades que torna o ensino e o aprendizado uma experiência mais fácil e prazerosa, oportunizando o alunos a buscar, a indagar, a intervir, ou seja, ele educa e se educa.
Assim o fazer “criativo” do alunos será de excelência em um espaço potencial com total significância momento da aprendizagem, pois, este expõe seus pensamentos e possibilidades de ensinar-aprender, a partir do que lhe propícia alegria e satisfação tornando a escola um espaços prazeroso.
Como resultado, acreditam que contribuirão junto à comunidade docente e acadêmica, elencando o mapas mentais uma metodologia ativa de grande valia no processo de alfabetação, porquanto, uma atividade se faz nova e estimulante ao moldar do docente e dos alunos.
No penúltimo capítulo intitulado CANTIGAS DE RODA: A SOCIALIZAÇÃO DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL PÓS PANDEMIA, das pesquisadoras Fernanda Oliveira Menezes, Francisca Vanuza Calixto de Oliveira e Itamar Braga Monteiro de Souza, mestrandas da Universidade São Francisco-USF apresentam os resultados do projeto de intervenção pedagógica “Cantigas de roda: a socialização das crianças da educação infantil pós-pandemia”.
A atividade relatada neste capítulo foi realizada em uma escola municipal da cidade de Porto Velho-RO, localizada na zona leste da cidade, a princípio com as crianças da creche de 3 anos e estendendo-se para as demais turmas da Educação Infantil.
O objetivo central foi contribuir com o desenvolvimento da linguagem oral através das cantigas de roda, e os objetivos específicos, contemplou, o aprimoramento da coordenação motora, o contato diário com nossa cultura, a socialização e a interação das crianças com as demais crianças, com os adultos da escola e o estímulo à memória musical.
Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, mais especificamente a pesquisa-ação, pois permite uma intervenção na realidade levando o professor a refletir sobre a sua prática pedagógica contribuindo para o seu sentido ou rumo.
O estudo teve como embasamento teórico o que preceituam os documentos norteadores da educação infantil, os autores Luckesi (2005), Lopes (2020), Forcioni (2022), Silva e Castro (2016) entre outros. As cantigas de roda são uma valiosa ferramenta na educação infantil, proporcionando diversão, aprendizado e desenvolvimento das crianças através da socialização e a interação.
Fechando esta sexta edição de RETEXTUALIZAÇÃO, a pesquisadora Dejane Rolim de Araújo, sob a orientação do prof. Doutor José Flávio da Paz, presenteia-nos com o capítulo O GÊNERO TEXTUAL CHARGE COMO RECURSO DE FORMAÇÃO LEITORA E DE INTERPRETAÇÃO SEMIÓTICO-LITERÁRIA: PERSPECTIVAS E PROPOSITURAS PARA O 9º ANO, resultante do seu trabalho de conclusção do curso de licenciatura em Letras, habilitação em Língua Portuguesa e suas Literaturas, apresentado no último semestre de 2022 como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciada em Letras, pela Universidade Federal de Rondônia, campus de Porto Velho.
Sua pesquisa destaca a importância do gênero textual “charge” na formação de leitores por trabalhar linguagens verbal e não verbal, interpretação e compreensão de texto, elementos relevantes na formação do sujeito que lê, compreende o meio social. Objetivando destacar o gênero textual como recurso de ensino, nas aulas de Língua Portuguesa do 9º ano do Ensino Fundamental de classes regulares.
Por meio dos objetivos específicos serão apresentados três pontos relevantes no desenvolvimento das habilidades e competências de leitura e letramento, resultado de experiências realizadas em sala de aula no nível e modalidade supracitados: ampliar os conhecimentos sobre leitura, as práticas de leitura e os processos de letramentos; compreender o funcionamento do gênero textual “charge” e propor abordagens pedagógicas para o uso dessa textualidade fundada em múltiplas linguagens; refletir sobre a importância do trabalho com textos multimodais no desenvolvimento das habilidades leitoras.
Para o desenvolvimento desse estudo, os autores se utilizaram da pesquisa revisional bibliográfica. Tendo o foco na obra de Santaella, (2007. 2012 e 2018), Coelho Netto, (2014), Costa, (2009) e outras referências.
Espera-se, desse modo, contribuir com as práticas docentes, no sentido de possibilitar o alargamento da percepção e o incentivo ao hábito da leitura em seus variados gêneros e suportes.
Boa leitura! Até mais!!
Prof. Dr. José Flávio da Paz-UNIR
Prof. Dr. Néstor Raúl González Gutiérrez-UNAD
Organizdores
Number of pages | 155 |
Edition | 6 (2023) |
Format | A5 (148x210) |
Binding | Paperback w/ flaps |
Colour | Colour |
Paper type | Uncoated offset 75g |
Language | Portuguese |
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