Constituído por ação e reflexão, o diálogo é a práxis de pessoas (Eu-Tu) intencionadas a transformar o mundo. Para defender a tese de que o diálogo se configura na relação de seres humanos ao agirem para incorporar as dimensões internacional, intercultural, cidadã e global na educação superior no âmbito da Pós-Graduação Stricto Sensu (PG-SS), este estudo problematiza como se configura o diálogo na internacionalização da PG-SS.
Diálogo e internacionalização são processos inextrincáveis porque ambos acontecem pelo encontro entre seres humanos que agem e refletem para transformar as instituições de ensino superior, a sociedade e o mundo por meio da produção de novos conhecimentos pela pesquisa científico-acadêmica. O estudo adota como referencial teórico a concepção ontológica do diálogo, fundamentada na visão filosófica de Martin Buber e antropológica, sócio-política e histórico libertadora de Paulo Freire. A análise de dados apoia-se na análise do discurso de James Paul Gee.
Os resultados apontam que o diálogo na internacionalização da educação superior, no âmbito da PG-SS, é identificado com a cooperação, a colaboração, as parcerias, o compartilhamento de resultados de pesquisas, a integração institucional acadêmica, a troca de experiências, a reciprocidade, a convalidação mútua, a reflexão e a ação, bem como pela troca de metodologias, de empatia e de sinergia entre pessoas pertencentes a países e culturas diferentes entre si. Em suma, os resultados mostram que em face do diálogo existem dificuldades a serem superadas, mas também existe uma incindível conexão e aspectos tais como o encontro, a escuta e a vontade de dialogar que favorecem a configuração do diálogo na internacionalização da educação superior no âmbito da pós-graduação stricto sensu.
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