Os deslocamentos de migrantes mineiros para o Centro Oeste brasileiro, ocorridos no advento da Marcha para o Oeste (1930-1945), são uma realidade no contexto histórico-geográfico de Desterro de Entre Rios, Minas Gerais, e
estão presentes na oralidade local, principalmente na zona rural. A região de Desterro apresentou índices expressivos de êxodo rural principalmente nas décadas de 1950 para o estado de Goiás, e a partir da década de 1970 para a cidade de São Paulo. O município sempre foi marcado por degradações ambientais decorrentes de atividades agropecuárias, sendo o mais comum o desmatamento de remanescentes florestais para plantio de pastagens e para o
cultivo de alimentos. Com o passar do tempo, as terras foram dando sinais evidentes de exaustão. Segundo relatos locais, as famílias eram numerosas em termos de filhos e o uso de métodos tradicionais associados ao contínuo uso das pequenas extensões de terras agricultáveis, levou a uma série de dificuldades técnicas e financeiras. O processo de emigração em Desterro tem inicio a partir da década de 1950, quando inúmeras famílias se dirigiram para o estado de Goiás na expectativa de encontrarem terras férteis, objetivando
elevar a produção agrícola, obtendo com isso lucros e melhoria da qualidade de vida. Com a promessa de facilidades em terras goianas, onde eles poderiam plantar no regime de parceria com os proprietários de terras, muitas famílias se
mudaram para Goiás, sendo que muitas permaneceram por lá e outras com o insucesso da empreitada, acabaram por retornarem à terra natal. Os principais municípios goianos que receberam desterrenses foram Abadiânia, Anápolis, Corumbá de Goiás, Itapaci, Itapuranga, Petrolina de Goiás, Pirenópolis,
Porangatú, São Francisco de Goiás e Uruana.
Number of pages | 70 |
Edition | 1 (2015) |
Format | A4 (210x297) |
Binding | Paperback |
Paper type | Uncoated offset 75g |
Language | Portuguese |
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