O jovem Matias foi levado pelo seu pai para Santarém quando ainda era apenas um bebê. Pai e filho tiveram muitos desentendimentos, e, por conta disso, também, o garoto decidiu ir morar com os tios Afonso e Naná em Belém. Lá, ele enfrentou a vida apesar das dificuldades, trabalhou na pedra do Ver-o-Peso e fazia bicos de pedreiro. Depois de muitos anos vivendo assim, ele resolveu inventar-se como vendedor ambulante no Ver-o-Peso. Enquanto isso, tornava-se um adulto cheio de esperanças de encontrar qualquer informação sobre sua mãe que, durante muitos anos, viveu como prostituta na cidade de Castanhal onde conheceu Augusto, pai de Matias, na década de 60. Mesmo tendo ido morar em Belém, ele não obteve tanto sucesso na busca por ela que, depois de ter ido embora de Castanhal, foi morar nas proximidades da capital onde tornou-se uma feirante vendedora de ervas também no Ver-o-Peso. Ela e seu filho trabalharam por muitos anos na mesma feira, no entanto, nunca encontraram-se. Naquela época, ela foi atropelada por um ônibus que a deixou com sequelas em uma das pernas, o que foi o principal motivo para que seu estado de saúde fosse agravado e a impedisse de trabalhar na feira. Somente nos primeiros anos de 2000, Matias obteve informações mais concretas sobre Doriane. Era a realidade de um sonho que se revelava para ele, apesar de, naqueles instantes, ter preferido que tudo não passasse apenas de um sonho, uma quimera.
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