As margaridas são flores de origem silvestre. De uma beleza singela, pela própria natureza lembram a simplicidade dos amores juvenis e encantadores dos enamorados. Há diversos tipos de margaridas, todas elas prestando-se à admiração como oráculos do amor. As Desfolhar, pétala por pétala, acontece um ritual juvenil eivado de desejos de esclarecimento sobre o amor que anseiam. Os mantras "Mal me quer", e "Bem me quer", pronunciados alternativamente, enquanto as pétalas são arrancadas é, além disso, uma atividade de recreação emocionada, envolvendo amores possíveis ou não. Pela facilidade com que se encontram essas flores em todos os jardins, visto que são de fácil cultivo, estão à disposição para os sonhos de amor dos enamorados, que não são ainda namorados, mas em-cantados por alguém a quem buscam, almejando ser correspondidos, mas precisam da certeza de reciprocidade. Na grande maioria desses testes há um que de ingenuidade e pureza na idealização do amor. São como um ensaio para a vida. Romântica atividade que começa na pré-adolescência e corre o risco de se expandir para a idade adulta, tanto quanto seja a emoção e o romantismo dos amantes. Os poetas gostam desse folguedo, muitos excitados pela inspiração que o procedimento os leva a versejar. Milhares de poemas circulam com o tema desenvolvido entres cenário de flores e amores. As Margaridas são o simbolismo do amor que caminha da inocência, como rito de passagem, para amores mais resolutos e elaborados. Fábio José Vieira, o Pratinha, anda por esses caminhos, apesar da maturidade, conservando o encantamento e o frescor do amor que se renova a cada dia e cresce rumo a uma transcendência divina, passando por fases de todos os matizes sem perder a beleza das almas puras. O poema de inspiração, digamos assim até bucólica, desse autor, deu título a este livro, com muita propriedade. A imagem de fundo da capa é de fotógrafo desconhecido e foi recortada a partir de um arte maior, supostamente de domínio público e disponível na Web. Já editamos 15 livros do Pratinha, contendo os seus embalos de amor. Penso que este (16) ganhou o título mais representativo e sugestivo de sua natureza holística. A palavra ENAMORADO, apesar de una, fora de um contexto maior, milagrosamente define todo o versejar deste autor sempre ENAMORADO.
Luciana Carrero, produtora cultural, reg. 3523 / SEDACTEL / rs.
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