livro “Cânticos às Mulheres da Terra”, volume 1 da Coleção “Cânticos a Arrebatados Amores”. O livro está dividido em dois cantos. No primeiro a autora consegue invadir com força inquebrantável a alma do leitor, pois mesmo usando quinze quadras, cada uma significando uma trova, ela exalta individualmente nove musas da mitologia grega, filhas de Zeus e Mnemósine. Essas trovas ilustraram um catálogo lítero-pictórico que apresentou as telas de Lopes de Sousa, em comemoração aos 45 anos de arte, do ilustre pintor português, residente em Aveiro, Portugal.
No segundo Canto, Reinadi Sampaio apresenta de forma avassaladora cinco coroas de sonetos. Para quem não conhece, ‘coroa de sonetos’ é uma forma poética de imensa complexidade, composta de 14 sonetos que têm ligação entre si, cujos primeiros e últimos versos tiveram sua origem no soneto-síntese – o soneto 15. E, assim, continuando a sua homenagem às deusas mitológicas gregas, de forma harmoniosa, a autora enaltece a beleza, registra o poder feminino, ora emprestando cores poderosas às deusas da mitologia grega, seus traços graciosos sua beleza de musas, ora ela configura as deusas mulheres de agora, poderosas ou frágeis, jubilosas ou simples, mocinhas mitológicas mortais, gestando em lindas barrigas humanas, o encanto do Recôncavo ou a pujança do Sertão, ou em paisagens que mais parecem um paraíso-olimpo-português, retiradas pelo pintor dos campos floridos de Aveiro, ou dos seus misteriosos e coloridos canais.
E de mãos dadas, as musas de ontem e as musas de hoje cirandeiam nos seus versos em paisagens que misturam realidade e ficção, cantando cantigas de roda, libertárias.
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