O livro “AS TATUAGENS QUE OS ALUNOS FIZERAM EM MIM” faz um relato da minha primeira experiência, enquanto professora. Os desafios que enfrentei, as marcas que os alunos fizeram em mim, os caminhos que busquei, e a certeza, que dentro de mim, tinha uma educadora, para a vida. Hoje depois de curar minhas feridas, sobreviver as tempestades educacionais, a desvalorização da profissão, xingamentos, ver colegas recebendo agressões físicas, e até ouvir da boca de uma pessoa influente que professor tem que comer osso, ainda estou de pé e cabeça erguida. Onde tirei forças? Primeiramente de Deus, posteriormente de tantos olhinhos ávidos por conhecimento, de abraços autênticos na chegada, do carinho, depois de fazer raiva. Da alegria de ver que, dos estudantes que lecionei: Muitos construíram suas famílias, alguns me doeu ver partindo, outros me entristeceram saber que estão presos, até pensando que poderia ter feito mais por eles. Todavia, nada, nem ninguém tira meu estado de viva satisfação, ao encontrar um aluno que não vejo a um longo tempo, e ele perguntar:
- Oi professora, lembra de mim?
Pode ser que eu me lembre, pode ser que não, mas tenham certeza, que cada aluno é um pedacinho do material resistente que é um educador. Finalizo com uma frase cujo autor desconheço. Para alguns lutos é substantivo, para professor é verbo.
Professora Ruth Borga
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