Eu acredito que a literatura deva mudar o mundo, diferentemente daqueles que não conseguem entender que a literatura é algo além do entretenimento. Hoje, no dia que escrevo este prefácio, tive a oportunidade de ensinar algo novo sobre arte a uma aspiradora a desenhista: olhar para as coisas e ver além delas mesmas, pois o mundo nos ensina que o desenho de um cachimbo é um cachimbo.
Espero um dia poder olhar a educação nacional com mais esperança e menor frustração. Sim, sou professora, sim, a aspirante é minha aluna, e sim, não estávamos na escola quando a ensinei isso.
Um dos maiores temores em mim foi o fato de poder vir a ser apedrejada por trazer temas polêmicos e tratá-los abertamente, como se fossem todas as coisas parte de mim ou minha vida, mas deixei de lado esse medo e continuei o projeto, pois é o primeiro livro que idealizei e devido a escrever o conto “Alterada” pude me ver novamente nos trilhos literários e sem me questionar sobre minha importância ou mesmo qualidade literária. Claro que busco fazer o melhor, mas não tenho como saber o que você achou do livro, querido leitor. Saiba apenas que essas memórias retratam pessoas que conheço e tenho certeza que as pessoas que você conhece. Alterá-las apenas foi uma questão de prazer individual, meu e da dona da memória.
Espero que no processo de interlocução possamos ter aprendido algo, eu ao escrever e enviar, você ao ler e dar significado ao meu texto. Obrigada pelo apoio e perceba: SOU PROFESSORA e isso não me faz menos pessoa, menos mulher, menos cidadã e muito menos me obriga a escrever de forma didática e formal, certinha e com temas de bons costumes, espero que entendam e não me perturbem por isso. Até mais.
Laura Lucy Dias
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