O Cristianismo Primitivo era orgânico e um movimento nos primeiros duzentos anos de sua existência (a exemplo do movimento iniciado por Jesus Cristo). Mesmo forçado à clandestinidade por ondas de perseguição do Império Romano, ele continuou sendo um movimento “viral” que não podia ser contido ou detido. Durante três séculos o Império Romano perseguiu os cristãos porque esta religião era vista como uma ofensa ao Estado e proibia seus fiéis de prestarem culto religioso ao soberano imperador romano que aos poucos se propagou em Roma e por todo império. As principais e maiores perseguições foram as do imperador Nero, no século I, a de Décio no ano 250, a de Valeriano (253-260) e a maior, mais violenta e última a de Diocleciano entre 303 e 304 que tinha por objetivo declarado acabar com o cristianismo. Ainda que muitos tenham tentado destruí-lo, cada tentativa o tornava ainda mais forte. Este quadro de perseguição e violência contra os adeptos do cristianismo mudou no ano 313 d.C., quando o imperador Constantino declarou que o império não somente toleraria o cristianismo, mas devolveria aos cristãos todas as propriedades anteriormente confiscadas. Ele foi o primeiro imperador “cristão”, e tudo mudou quando o cristianismo saiu da marginalidade para se tornar a religião oficial do império anos depois. No século IV, o Cristianismo começou a ser tolerado pelo Império, para alcançar depois um estatuto de liberdade e converter-se finalmente, no tempo do imperador Teodósio (379-395), em religião oficial do Estado (380). O imperador romano, por esta época, convocou as grandes assembleias dos bispos, a saber, os concílios e o cristianismo pôde então dar início à organização de suas estruturas territoriais. Ao longo dos séculos, depois de Constantino, o cristianismo progrediu em muitos aspectos, mas não passou por nenhuma mudança sistemática ou talvez significativa. É fato que as consequências da oficialização e institucionalização do cristianismo pelo Império Romano não tardou a dar estranhos frutos: com a institucionalização o Cristianismo deixou de ser uma manifestação dinâmica do Movimento iniciado por Jesus.
Number of pages | 99 |
Edition | 1 (2024) |
Format | A5 (148x210) |
Binding | Paperback w/ flaps |
Colour | Colour |
Paper type | Uncoated offset 75g |
Language | Portuguese |
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