Florir no Caos

Este livro foi tecido em camadas nem sempre visíveis, mas sempre em movimento.

Há uma pulsação que se divide e se refaz, um corpo que fala antes da palavra e silencia quando ela se impõe.

Nem tudo aqui se mostra de uma só vez: algumas vozes se espelham, outras se fragmentam, outras retornam como se já tivessem estado antes.

As partes que o compõem não obedecem a uma linha, mas a um sopro.

Há momentos em que duas presenças bastam, em outros é preciso três, não para completar, mas para revelar o intervalo.

O que se escuta nestas páginas é o trânsito entre o que habita e o que escapa, entre o que é dito e o que se cala.

Filosofia, inconsciente e poema, coexistem atravessados.

É nessa coexistência que o livro se abre como um corpo que pensa, um pensamento que sente, uma escuta que floresce no caos.