Há livros que se leem; outros, que nos leem por dentro. Em caso de amor, quebre o verso nasceu desse risco: o de amar, partir, e ainda assim não deixar de florescer em palavra.
Este livro é um território onde cada verso é uma rachadura que respira, onde o amor – em suas chegadas e partidas – se faz matéria de poema, e onde a dor não se esconde, mas se transfigura em flor que insiste em brotar na rachadura do concreto. Porque amar, aqui, não é só acalentar: é também aprender a perder, a costurar ausências, a reinventar-se no silêncio que fica quando o outro parte.
A cada página, o leitor encontrará poemas que ora sussurram, ora sangram, ora riem em meio às próprias ruínas. São poemas que quebram para reconstruir, que se quebram para poder amar de novo. E, ao quebrar, espalham pelo chão da página fragmentos de humanidade, de esperança, de lucidez e de fogo.
Este livro é um convite: se, em caso de incêndio, você quebra o vidro; em caso de amor, quebre o verso. Permita-se transitar por estas páginas sem medo de se cortar. Cada estilhaço é uma luz, cada fragmento carrega um sopro de cura.
Aqui, o amor não é definitivo, mas é urgente. Aqui, a poesia não é muralha, mas uma janela que se abre, ainda que o vento doa. Que este livro seja para você, leitor e leitora, a chave de uma porta que você não sabia que precisava abrir – ou o pedaço de espelho que faltava para você se ver com os olhos limpos de quem recomeça.
Entre. Sinta. Quebre o verso.
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