Há histórias que nascem do vento quente que sopra sobre a caatinga. Histórias que carregam o pó do sertão e o brilho do sol nas palavras. Beijo de Carcará é uma dessas histórias — um canto forte e rasgado sobre o amor e a coragem de quem se atreve a sentir.
Em meio às veredas secas do agreste pernambucano e às ruas apressadas do Recife, duas mulheres veem seus destinos se cruzarem como rios que insistem em se encontrar, mesmo que o mundo diga não. Solane, filha da terra, criada entre o cheiro do barro e o canto dos galos ao amanhecer. Thais, mulher de cidade, sufocada por um relacionamento que lhe rouba o fôlego. Entre elas, nasce um amor feito fogo e raiz — ardente, proibido, mas também puro, como o primeiro raio de sol que toca o chão rachado.
Aqui, o amor não é promessa, é enfrentamento. Ele floresce em meio à seca, desafia o juízo, rompe o silêncio imposto por gerações. É amor que queima e cura, que sangra e salva. Como o Carcará, ave que sobrevive ao deserto e não teme o calor, Solane e Thais descobrem que o amor verdadeiro não pede permissão — ele voa, rasga o céu, e grita sua liberdade.
Que o leitor adentre essas páginas como quem pisa na terra quente do sertão: com respeito, entrega e o coração aberto para sentir. Porque Beijo de Carcará não é apenas uma história de amor entre duas mulheres — é um retrato vivo da força feminina, da resistência nordestina e da beleza que nasce no impossível.
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